Exercício Físico na FC é tema de painel na 31ª Conferência Norte Americana de Fibrose Cística

Pamela Stürmer, Gestora de Projetos do Unidos Pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, acompanhou a transmissão da 31ª Conferência Norte Americana de Fibrose Cística (NACFC) e compartilha os conhecimentos adquiridos no que se refere às pesquisas sobre o exercício físico na Fibrose Cística

Realizada nos dias 2, 3 e 4 de novembro, em Indianápolis/IN, nos Estados Unidos, a 31ª Conferência Norte Americana de Fibrose Cística (NACFC) é uma referência para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas respiratórios, nutricionistas, cientistas, pesquisadores e profissionais de saúde: uma oportunidade de apresentar ideias, discutir projetos e compartilhar experiências sobre Fibrose Cística. Nesta edição, a Conferência reuniu cerca de cinco mil participantes, expositores e pesquisadores de todo o mundo, entre público presencial e online.

A Gestora de Projetos do Instituto Unidos pela Vida, Pamela Stürmer, acompanhou o painel “Current Exercise Research in CF” (“Pesquisa recente sobre Exercícios Físicos na Fibrose Cística”, em tradução adaptada para o Português), organizado dia 2 de novembro, ocasião em que cinco pesquisadores compartilharam seus estudos: Taylor Lewis, M.A., Matthew A. Tucker Ph.D. da Augusta University, Paulo Marostica Ph.D. e Professor da UFRGS, Lauren Faricy M.D. da University of Vermont e Matthew Dartt pesquisador da UCLA. O painel tinha como objetivos (1) definir a importância da capacidade de exercícios em pessoas com FC, (2) descrever como podemos melhorar a capacidade de exercícios em pessoas com FC e (3) discutir o impacto do tratamento na capacidade de exercícios em pessoas com FC.

Em sua pesquisa, Taylor Lewis M.A. procurou investigar o impacto do exercício físico em pessoas com FC dependendo do nível de atividades dos mesmos. Por 3 meses o pesquisador acompanhou 2 pessoas com FC, uma “iniciante” em atividades físicas, que nunca praticou exercícios físicos por mais de três meses e outra considerada “avançada” que praticava regularmente. O pesquisador montou um único treino para as duas pessoas com FC e concluiu que a prática de exercícios por mais de três meses beneficiaram as pessoas com FC, independentemente do nível físico que estavam anteriormente.

 

Já Matthew Tucker Ph.D., patrocinado por uma indústria farmacêutica, observou os efeitos da utilização do Lumacaftor/Ivacaftor (LUM/IVA) em 12 pessoas com FC que praticaram atividade física por 12 meses e observou o aumento na capacidade pulmonar e peso quando a utilização do Lumacaftor/ivacaftor (LUM/IVA) foi feita em combinação com as atividades físicas.

 

 

 

O professor e doutor brasileiro Paulo Marostica trouxe aos Estado Unidos a apresentação de sua avaliação de nível de atividade física diária, função pulmonar e capacidade de exercício em crianças e adolescentes com e sem fibrose cística. Alguns dos resultados encontrados pelo Dr. Marostica foram que crianças e adolescentes com Fibrose Cística acabam se saindo melhor em testes de atividade física, como o Shuttle walking test (SWT) (referido em artigo brasileiro como Teste de Deslocamento Bidirecional Progressivo) por exemplo. Uma das possíveis explicações citadas, é de que pessoas com Fibrose Cística tem um incentivo maior para a prática de atividades físicas.

 

Por um outro lado, Lauren Elizabet Faricy M.D. investigou porque hispânicos com fibrose cística tem uma maior taxa de mortalidade comparado pessoas com FC não hispânicos. Algumas de suas conclusões são de que o incentivo à atividade física era menor em grupos hispânicos.

 

 

 

 

Matthew Dartt investigou o uso do Sistema NIOV de respiração durante exercícios físicos em pessoas com fibrose cística. O aparelho NIOV, é o primeiro e único sistema de ventilação aprovado pela FDA para pessoas com insuficiência respiratória que fornece um volume maior de oxigênio, o que reduz o trabalho de respiração para pessoas com insuficiência respiratória. No estudo Dartt concluiu que o aparelho NIOV possui capacidade de aliviar os sintomas de dificuldade respiratória pois auxilia na oxigenação, na duração do exercício físico e na obstrução das vias respiratórias.

 

 

Muitas são as pesquisas que envolvem os efeitos da atividade física na Fibrose Cística e é indiscutível o fato de que os exercícios físicos diminuem o risco de hospitalização em pessoas com fibrose cística e são essenciais para a melhora na qualidade de vida. Por isso, a lição desta palestra que ficou para nós é: todos precisamos praticar mais atividade física, tendo ou não FC!

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

O post Exercício Físico na FC é tema de painel na 31ª Conferência Norte Americana de Fibrose Cística apareceu primeiro em Unidos Pela Vida.


Source: Unidos pela Vida